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The thrill of affection

E eu não consigo encontrar nada de errado com você. Nada que importe. Você me pegou de surpresa. Em um domingo qualquer, e insistiu para que a gente acontecesse. Veio até aqui e me encantou, sem maiores esforços. Com o seu jeito calmo, contido, focado. Com seu olhar intenso, que diz tanto, e nada ao mesmo tempo. Que me faz querer te fazer um mar de perguntas para entender o que se passa por trás dessas armações escuras. Por trás desses olhos cor de mel. Mas é sempre você quem faz as perguntas. Que demonstra um interesse infindável nas minhas respostas. Que me deixa viciada em dividir coisas que eu nem entendo o por quê de eu estar dividindo. Que faz o tempo voar.  Tempo esse que eu entendo ser passageiro. Mesmo nossa história sendo curta, ela certamente é intensa. E não apenas intensa, mas rica de um aprendizado essencial em minha jornada. Para o qual eu serei eternamente grata.  Obrigada por ter chegado. Você veio na hora certa. Och vad du än gör med mig nu Och vad du än förs...

This is where you left me

E eu me sentei no chāo. O que parecia ser pela milésima vez, apenas neste mês. Abracei a nossa cadela. E caí aos prantos, enquanto a dizia: "tudo bem ele ter nos deixado". "Nós vamos sobreviver". Meio à lágrimas infindáveis. E eu tenho certeza de que ela também sentiu. Eu podia ver nos olhos dela, enquanto ela me encarava de uma maneira quase compreensiva. Eu podia ver que ela também passara por isso. "Friends break up and friends get married, Strangers get born and strangers get buried Trends change, rumors fly through new skies, but, I'm right where you left me."

Eu me perdi em você novamente

E são várias as noites. Incontáveis. Quase infinitas. Aquelas em que eu volto para casa de rosto molhado. Em meio à lágrimas que não secam. Que rolam de modo contínuo, indiferentes à exposição pública, e que se intensificam à medida em que eu me aproximo de casa. A casa que não é lar. A casa que dói ter de habitar. Eu me sento ao chão no momento em que ultrapasso o portal. E permito que as lágrimas rolem à vontade. Urro. Exprimo a toda a dor que habita em mim. E ainda assim, nem sinal dela chegar ao fim. Eu entro no banheiro, mas tudo que consigo fazer é sentar sobre a tampa do vaso e continuar a torcer minhas entranhas para exteriorizar o que restou de desespero. Tenho diversos vívidos devaneios sobre esmurrar o espelho acima da pia - ou qualquer coisa que transfira a enorme dor emocional em física, para que eu tenha algum controle sobre ela. Para que eu possa limpar com álcool, cobrir com um curativo e presenciar a cicatrização. E ainda assim saber que isso acontecerá mais rápido que...

Chove há meses dentro de mim

Os dias não o passam. Os minutos se arrastam à medida em que eu procuro te esquecer. Esquecer tudo aquilo que nós fomos, e toda a vida que criamos juntos. Esquecer 6 anos. Esquecer felicidade que eu nunca antes havia sentido. E em meados de esquecimento, fragmentos de esperança florescem, sem eu sequer exibir resistência. Em forma de pequenas lembranças. De andar pela sua cidade esperando te encontrar. Procurando a cesta da sua bicicleta no estacionamento do supermercado. Levando mais tempo entre as prateleiras, e levantando a cabeça para ver se eu avisto você ao longe. Imponente, no alto dos seus 194, com seu suéter bege de caxemira. Com aquela expressão séria, quase preocupada, que eu conhecia tão bem. Uma expressão de quem não era feliz comigo.  Det har regnat i dagar Det regnar och det slutar aldrig Ser tomma perronger Och ödsliga parker Där vi gick runt Jag ägnade dagar Åt det som är ingenting nu Du bara låtsas som det regnar, Du låtsas som det regnar