Delusions Over Cappuccino
Eu quase quis pendurar seu enfeite. Ele iria ficar no canto do quarto, onde eu pudesse olhar o reflexo do sol e pensar que é a coisa mais bela e dolorosa que ganhei, ao mesmo tempo. Que eu pudesse admirar suas ondas e elipses e o amargo que veio com seu beijo de Feliz Aniversário. Para lembrar de como eu gostaria de ter pulado esse aniversário no calendário, e todo o mês que se seguiu logo depois. Um espaço branco em Dezembro, ou seria um buraco negro? Sugando a vida do mês seguinte, como apenas um buraco negro saberia fazer. E Janeiro seria desimportante, e ainda amargo, como o café sem açúcar que você cisma em beber. Mas o amargo do seu beijo não foi por causa do café. Já Fevereiro seria diferente, e este estaria adornado com cores, rabiscos e mais vazio. Porque desde aquele aniversário, o vazio tem permeado os sorrisos. Fevereiro teria também uma fita vermelha, e o enfeite giraria sozinho no teto. Sem brisa. Mas ele parou, na minha mente, claro. Porque é o único lugar onde ele realmente está pendurado. Ele parou, e foi antes do mês acabar. E me encara perguntando "E agora?", com seus desenhos metálicos de borboleta. E quão irônico é a presença de borboletas no seu presente?
Elas elas eram apenas estática, até Fevereiro. E quando este mês veio, ficaram tão inquietas que criavam uma brisa imaginária no meu quarto. Que poderia ser ouvida até entre as serenas casas em meio à floresta de árvores secas que você me levou. E agitando as águas do parque que nós fomos juntos. E todos os lugares tinham gosto doce outra vez, mesmo com café.
Mas as borboletas voltaram à imobilidade e suas promessas caíram no chão, embaixo da mesa, onde eu não consigo alcançar. E tudo que você tem a dizer é para eu ter paciência, porque um dia a mesa há de ser removida.
E se eu me mudar antes disto, e não houver lugar para presente, calendário, café ou borboletas na nova casa?
Elas elas eram apenas estática, até Fevereiro. E quando este mês veio, ficaram tão inquietas que criavam uma brisa imaginária no meu quarto. Que poderia ser ouvida até entre as serenas casas em meio à floresta de árvores secas que você me levou. E agitando as águas do parque que nós fomos juntos. E todos os lugares tinham gosto doce outra vez, mesmo com café.
Mas as borboletas voltaram à imobilidade e suas promessas caíram no chão, embaixo da mesa, onde eu não consigo alcançar. E tudo que você tem a dizer é para eu ter paciência, porque um dia a mesa há de ser removida.
E se eu me mudar antes disto, e não houver lugar para presente, calendário, café ou borboletas na nova casa?
Some will say we're heading for destruction
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